terça-feira, 22 de abril de 2014

Clichezando.

Acho que é uma das poucas vezes que escrevo sem aquele "aperto no peito" , sem aquele sentimento de tristeza e muito menos de dor, me sinto leve, me sinto mais determinada, de uma maneira mais madura.
Se eu viajasse no tempo e encontrasse a Silvia de três anos atrás, eu cometeria os mesmos erros, faria amizade com as mesmas pessoas, só para não deixar de ser a pessoa que eu me tornei hoje. Acho que estou um pouco orgulhosa.
Não nego que me perdi muitas vezes no meio do caminho reneguei a minha própria essência, chorei até não aguentar mais, gastei vários cadernos tentando transcrever a minha dor, procurava respostas para questões tão bobas 'Ele me ama?' 'Vou conseguir tirar uma bota nota nessa prova?' 'Vou passar no vestibular?'
Contudo, se eu não tivesse 'perdido tempo' me preocupando com essas questões, não teria chego aonde eu me encontro hoje. Me considero uma vencedora, uma batalhadora, pra ser mais exata, que mesmo diante de tantos obstáculos, mesmo olhando pro céu e respirando fundo, nunca joguei tudo pro alto e me entreguei. Pelo contrário, discorria minhas dores em pedaços de papeis, dividia minhas aflições com meus amigos, acabava por deixa-los preocupados, porém, tudo foi se encaixando de uma maneira extraordinariamente boa. Tudo foi se resolvendo.
Perdi pessoas ao longo dessa minha caminhada? Muitas.
Me decepcionei? Inúmeras vezes.
Mas, usando aquela frase clichê "se eu pudesse voltar no tempo faria tudo novamente"
E de cá eu vou tentando melhorar ainda mais, tanto na escrita quanto na pessoa que eu me tornei, afinal o mundo está em constante mudança e eu não escapo disso.
Espero ainda desenhar muitos bonequinhos palitinhos no canto do meu caderno naquelas aulas chatas, apreciar uma boa conversa cheia de 'besteiras' para alguns, toda via, no contexto certo e no momento certo adquirem significados inimagináveis, escutar músicas aleatórias de bandas desconhecidas e usa-las como trilha sonora de um filme que só eu conhecerei e aprender a valorizar os amigos que eu tenho e poder ao menos uma vez por ano reunir todos e apreciar um belo por do sol.
Não queria pedir muito pra 'Silvia do futuro' só desejo que ela nunca deixe de acreditar nela mesma e nunca desista de lutar pelo o que ela realmente acredita e mude o mundo ou ao menos morra tentando.
Poetizando a vida e sendo, enfim, muito feliz.