Em novos lugares, conhecendo novas pessoas, estabelecendo ligações das quais não posso perguntar, eu te vi descendo e subindo a rua incontáveis vezes porque não sabia usar o Google Maps e se perdia sempre porque pegava o ônibus errado, eu te vi na mais derradeira festa com os cabelos soltos e já sem tanta forma de tanto dançar, eu te vi conquistar grandes coisas como a sua formação e pequenas coisas como aprender a fazer arroz, eu te vi como ninguém nunca antes te conheceu, não apenas tua pele, teu pescoço e as tuas curvas, te vi sentada no canto do seu quarto com as luzes apagadas chorando como se o amanhã nunca fosse chegar, pedindo e implorando pra que tudo desse certo. Isso ninguém viu. Só eu.
Vi quando tentaram te calar, te consertar, te
diminuir, quando te colocaram dentro de um quadrado de pessoa sorridente, sensível
e engraçada, mas, no fundo ninguém, realmente, sabe do que você passa. Só eu.
Te vi como muito mais do que um amontoado de textões,
de abraços, de lesuras e de pontos em seguida e tudo bem que você não me
enxergue, eu só queria que você compreendesse que a melhor parte de você vai
muito além da sua formação, das suas lágrimas, da sua sensibilidade e do seu
jeito estabanado, você é feita de sentimentos e oque acontece a partir desse
ponto é consequência disso, isso nunca foi um defeito.
Eu entendo que você admire tudo oque conquistou, mas,
não quero que você jogue fora os tijolos mais importantes da sua construção.
Isso te levaria pra longe de você mesma.
E é sobre isso que eu quero falar, que você não deve
tirar tijolo nenhum da sua construção por causa de ninguém. Você não deve se
desmoronar.
Você não deve se imaginar como um gasto, como um peso ou até mesmo como um acúmulo de sentimentos ruins. Quando você estiver nesse estado, eu vou estar lá e por mais que as pessoas insistam em falar que aquele não é o seu lugar, eu quero que você – chorando ou não- diga, em alto e bom som:
- Eu, me aceito, com todos os erros e defeitos, que entendo que o passado realmente foi importante, mas, oque realmente existe agora é o presente. O fim do meu antigo eu, foi um novo começo pra mim. Eu me reconstruo todos os dias com a minha nova linguagem que não precisei de nenhum diploma pra lecionar, mas, foi preciso de 24 anos da minha vida pra aprender.. o amor próprio.
- Eu, me aceito, com todos os erros e defeitos, que entendo que o passado realmente foi importante, mas, oque realmente existe agora é o presente. O fim do meu antigo eu, foi um novo começo pra mim. Eu me reconstruo todos os dias com a minha nova linguagem que não precisei de nenhum diploma pra lecionar, mas, foi preciso de 24 anos da minha vida pra aprender.. o amor próprio.